segunda-feira, 30 de maio de 2016

Sonho e fantasia



Sonho e fantasia

Quero
Cavalgar sobre tua pele
Dançar sobre teu ventre nu
Bailar nos teus sonhos
Ouvir teus gemidos
Em doces requebros
De duplo sentidos
Dentro de mim...
Quero
Marcar o compasso
Dos espasmos
Em meus braços
E desabar no mesmo ritmo
Misturando nossos néctares
Em cálice rubro
Que te extasia...


Nana Okida

sábado, 28 de maio de 2016

Menino...

 
 
 
Menino...


Um homem, um menino
Uma paixão diferente
De guerra, amor e paz
Ouvimos gritos e sinos...
Assim, é o amor da gente
O amor que a gente sente
O amor que a gente faz!

Menino-garoto
Amo este teu jeito
Debochado ,de moleque abusado
Homem sério, tão preocupado
Maroto...
Perfeito!

Meu homem-menino
Meu amor maluco, feliz
Moleque grande, que eu sempre quis...
Navegar em teus sonhos
Passear pelo teu corpo maduro
Teus olhos risonhos
Tua boca sedenta, que venero...
O amor que procuro...
És tudo, que eu quero!


Nana Okida



sexta-feira, 27 de maio de 2016

Rosa Rubra




Rosa rubra


Atirada sobre a mesa
Serpenteavas sob o peso do algoz
Não que fosse de dor
Havia prazer na tua voz
Sabias usar o volumoso corpo
E gritavas, como um animal
Enquanto o mármore gemia
Seu peso era fatal!
Ele te condenava
E tentava salvar
A valiosa pedra de imolar
Não houve photoshop que a salvasse
Então quedavas, aos teus pés
Como último animal abatido
E por mais que implorasses
Ele sabia, não havia sentido
Continuar com o fardo
Que veio daquela ralé
Até fazia juz, o menosprezo
E como um castigo
A pedra quebrou em cruz
Com tanto peso!


Nana Okida
 


quinta-feira, 26 de maio de 2016

Meus olhos





Meus olhos


Opacos pela corrosão do tempo
tão desgastados, quase não enxergam,
o gingado dos teus passos
na proximidade das minhas lembranças,
de um passado tão distante.
Já não encontro o teu pijama
perdido, no fundo da velha gaveta.
Não alcanço teus lábios
sequiosos por beijos
nem sinto, na fusão dos corpos
a mesma imensidão de desejos.
Meus passos incertos,
tão longe, tão perto
não encontram, pelo caminho
a mesma vontade, de ficarmos sozinhos!


Nana Okida.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Seqüela



Seqüela


Eu te amei
Amei sim
Muito além de mim
E te olhei como olho o mar
Numa manhã de verão
Com lampejos de loucura
E muita, muita paixão
Que deu vontade de entrar
Só de te ver
Eu te amei assim . . .
E como poderia ser diferente?
Como hoje
Como antes
Não seria agora, o amor da gente
Despido do pudor
Que existia em mim
Quando mergulhei em ti
Absorvendo todo veneno
Em gotas extasiantes
Por puro prazer . . .


Nana Okida

domingo, 22 de maio de 2016

Couvert poético





Couvert poético
 



Absorva-me com voracidade
Qual náufrago à beira da inanição
Toma-me como quem tem sede
Eremita perdido num deserto
Sacia-te, de gotas em gotas
Como última refeição
Visão única, que satisfaz
Abraça-me, que te absorvo
Réu confesso, atado a guilhotina
Liquefaço-me como vinho de boa safra
Embriagando-te na mais singela taça
No ventre, a dança, que extasia
Pecador, junto ao cadafalso
Sangra-me, se te apraz
Pecado da gula
Couvert que antecede o prazer
Acolha-me
Aqueça e sevicia!


Nana Okida

sábado, 21 de maio de 2016

Ruína




Ruína


Nem tive tempo
de tomar mais um café
servido na cama, por você
usar aquele aparelho de porcelana
comprado numa casa de penhores,,,
Olhar nos seus olhos
antes de dizer adeus
ouvir de sua boca
frases loucas
Nem tive tempo
de sentir saudade
daquilo que não aconteceu
um ultimo beijo
acariciar seu corpo
desnuda-lo só pra mim
e perder-me em pensamentos,,,


Nana Okida  


 

Na tua retina






Na tua retina



Senti um prazer imensurável
Ao me ver ali, emoldurada
Presa na retina dos teus olhos
Neste azul que enfeita meu céu
Palácio dos meus desejos
Divando absoluta
Guardada
Tal qual precioso tesouro, sorri
E meu sorriso ecoou no teu ouvindo
Eriçando o acústico dos teus tímpanos
Então, gargalhei o prazer incontido
Mergulhando fundo, tão fundo
Quanto as entranhas do vulcão
Que lança a lava quente
Fremente, em ebulição
Pra se tornar serena
Quanto a beleza do rio
Desaguando no mar


Nana Okida

Missiva






Missiva



Meus versos
Navegam mares
Como naus à deriva
Perdidos, procurando o cais
Então
Sobrevoam montanhas
E se tornam águias
Na audácia de mais um voo,
Embevecidos demais!
E pousam serenos
Sobre teus olhos
Meus versos, são teus
Em cada palavra, criam asas
Voando em tua direção
Escapando, entre os meus dedos
Tomam a forma do amor
E tentam alcançar teu coração
Meus versos
São como bumerangues
Atirados em ti
Teimam em voltar
Para mim!

Nana Okida

Talvez

 


Talvez


Se não tivesses invadido
meu sonho, minha inocência e
minha inquieta solidão
mas, se tivesses passado

como passa o vento,
ligeiro, fugaz, finito,
como nuvens passageiras
e chuvas de verão,
não estarias aqui agora,
ocupando, todo meu pensamento,
impondo tua presença, pisando
minh’alma, com prepotência,
habitando meu coração!
Talvez devesses apenas, olhar,
seguindo teu tempo ligeiro,
deixando o destino apagar
sua lembrança, teu beijo,
teu jeito, meio sem jeito,
de pedir carinho, aninhado
aos meus pés com olhos de desejos,
na insaciável vontade de amar!


Nana Okida

Reminiscência





Reminiscência


Sonhos engavetados, atados
Com laços de fitas carcomidas
Preservados pergaminhos
Escorrendo pela ampulheta do tempo
Espalhados ao vento!
Uma página amarelada, voando pela janela
Levando um romance esquecido
Tão sem cores, os corações
Por tantas luas, esmaecidos
Entre invernos e verões, passados
Rompendo casulos, para sentir a brisa
Na suavidade, da viagem de volta
Amores perdidos, revistos, sem pressa
Retirados, um a um, das surradas molduras
Consumidas ilusões, no cansaço da espera


Nana Okida,