terça-feira, 28 de junho de 2016

Pensamento...


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Só quem amamos, tem o poder de nos magoar,
os outros sempre passarão... despercebidos.
 
Nana Okida

Volto ao pó...

 



Volto ao pó...

Volto só
Desato os nossos nós
Estou novamente só...
Do amor
Ficou a poesia
Que na terra fria
Desterra os versos
Vivendo apenas o avesso
Do além recomeço...
E hoje como tudo,
Também te esqueço
Saíste do meu apreço...
Abro com mãos ávidas,
Esta cova,
E planto nela,
Uma cruz e uma trova...
Deixo pra ti, o meu espaço
Meus poemas,
E as ladainhas
Como um novo compasso..
Soam longínquos, tristes
Os badalos...
E, a marcha fúnebre
Levando os meus segredos...

Meu enredo
Minha sorte
Meus medos
E a minha morte...


Nana Okida




Apenas minha!

Sobre o amor...



Sobre o amor...

O amor, tempera a vida
com sabores coloridos.
E nos dá a sensação de
estarmos saltando de paraquedas,
sob a luminosidade do sol
e aterrissar na Cordilheira dos Andes,
sobre....Esquis Voadores!

Nana Okida.

Sobre as horas...




Sobre as horas...


Quando o tic tac das horas
faz coro com as batidas do coração,
a noite se torna interminável
e a saudade toma conta da alma.

Nana Okida

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Segredos da madrugada

 

Segredos da madrugada


As luzes se apagam
E a gente se perde
Na selva dos nossos desejos
Pele que arrepia o pelo
E o canto do teu hálito
É música fremente
Que aquece minha nuca
Enquanto viro brinquedo...
E o grito que faz eco
Pelos quatro cantos do quarto
Não é grito de dor...
É o desassossego do prazer incontido
Em meio a arrepios eletrizados
E palavras balbuciadas
No suor que tempera os beijos
Roubados no meio da noite
Enquanto o resto do mundo dorme!

Nana Okida.

Sobre o amor...





Sobre o amor...


O amor é o único sentimento que
pode nos dar leveza e atrevimento,
ao mesmo tempo.
Somos capazes das maiores loucuras,
sem perder a doçura.


Nana Okida

Eu desejo...




Eu desejo...


Que tudo termine em paixão.
Que todo tropeço,

seja numa nuvem, distraída.
Toda lágrima, seja de amor,

sem nenhuma razão
E que a emoção,

Jamais seja contida!

Nana Okida

''Me chama''




''Me chama''


Se disseres:
''Chama qu’eu vou''

Largo tudo
Arrumo nosso ninho
Perfumo os lençóis
Enquanto ensaio uma canção
Que fale só de amor
E te vejo chegar
Enlouquecendo meu coração
Abrindo as janelas do meu ser
Enquanto exploras todo interior
Que ainda guarda segredos
E, podes desvendar
Desarrumando tudinho
Sem medo de amar
Tal como sabes
É assim, qu’eu sou!


Nana Okida

segunda-feira, 20 de junho de 2016

O meu amor




O meu amor

tem a magia
dos reinos encantados
e o doce olhar dos enamorados...
Tem o canto
suave do rouxinol
qu'encanta meus ouvidos
em todo sentido
lá na serra, ao por do sol...
Tem gosto de mel,
quando pousa em meus lábios
deixa os mais doces sabores
sussurrando sábios segredos
espantando meus temores
dissipando meus medos...
O meu amor tem,
mais, muito mais...


Nana Okida

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Teu cheiro




Teu cheiro


Temperou meus lençóis
Impregnou a toalha de banho
E meu travesseiro...
Então, perfumou minha pele
Invadiu minha privacidade
Alojou-se em minhas entranhas
E fez parte de mim...
Teu cheiro, misturou-se ao meu
Aumentando a libido
Revelando assim
Nossos sentidos
Na nova fragrância
Percorrendo em nossas peles
Por caminhos sinuosos
Desvendando nossos segredos
Perdidos num tempo
Nosso tempo, longo tempo...
Saciados, enfim!


Nana Okida

Clausura






Clausura


Tranquei a porta
Do meu interior
Deixei tudo do lado de fora
Pouco importa, o que deixei
Morreu de frio, o amor
E disto, convenci-me! Eu sei...
E a saudade? - Não sei, já estava morta
E tu, gritas meu nome agora?
Pensas, que com isto me convenço
De que o que deixei, não era o que penso?
Perdi-me aqui dentro, bem dentro de mim
Oh, quisera encontrar meu coração
Talvez um rim, para provar que existo
E saber, porque aqui, eu vim!


Nana Okida

terça-feira, 14 de junho de 2016

Delírio



Delírio

Acorda!
Deixa que teus sonhos te embalem
Não te arrisques
Poderás pôr tudo a perder
E não te restará pedra e alma
que te liguem ao corpo
Nem a sombra da noite
Que vela teu sono
Ou valha teus sonhos!
Enquanto os pesadelos te espreitam
Não espera que a luz de uma estrela
Na distância em que te encontras
Vá restabelecer teu brilho...
Acomoda teus pensamentos
Livras-te dos demônios
Que devoram teu fígado
Num banquete compartilhado
E alia-te aos vermes
Que pouco a pouco, te consomem!


Nana Okida.

Cabresto



Cabresto

O medo que tenho
É da necessidade mórbida
De viver num quadrado
Sendo igual a você
Seguido do mar de lama
Por onde passa
Levando na cara, a máscara, da insensatez
Que se foda o sorriso enlatado
Neste rosto rotulado, cretino
Pernicioso, em sua estupidez!
O punhal que o seu peito atravessa
Rasga menos, que o veneno
Que dilacera o meu.
Sangrar, é o meu destino!
De onde venho
Ninguém dorme, nem sonha
Não falta, ao abutre, alimento
Todo homem tem os olhos mutilados
E se arrasta, em servil obediência
Cala, à qualquer atrevimento:
São répteis a injetar peçonha!


Nana Okida

domingo, 12 de junho de 2016

O Tempo

 
 
 
O Tempo...


Há muito tempo
Foram-se as horas
E os ponteiros gastos
Marcam as marcas
Que o tempo
Quase sem tempo
Encarregou-se
De tatuar em minha face...


É a areia que consome o tempo
Ou o tempo, que consome a areia
Que escorre, transcorre com velocidade
E mostra que o tempo não tem idade?

Vai dobrando a pele do meu rosto
Como um pergaminho desbotado
Com avidez e gosto...

Aí, a neve pranteia
Minha visão
Prateando meus cabelos
Amortecendo a vontade e a ilusão.
Com tristeza, eu sinto
entre uma ou outra dose de absinto
Cada vez mais fracas...
As batidas do meu coração...



Nana Okida

Enigma





Enigma

Sou a verdade, das tuas mentiras, como antes
A incerteza que carregas nos ombros
Os versos, que compõem, mais uma poesia
Para embalar os sonhos dos amantes...
E nas inverdades, deste mundo virtual
Sou a luz, em tua Pira, à queimar
Ou, espelho que reflete, teu bonito rosto
E a beleza deste amor, triste, surreal!
Sou a morte eminente, que se anuncia
Ao rufar de tambores, com estardalhaço.
Coração que tanto amou, mas, agora silencia
E cerra as cortinas deste circo, pobre palhaço!
Sou a paz que reina, neste mar infinito
Aquela, que aquecia, o teu leito
A musa, que amas e admiras
Posto que sou... Apenas mito!


Nana Okida.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Salada de letras




Salada de letras

Ame
Volte atrás
Perdoe
Peça perdão
Mate a saudade
Revele a paixão
Acenda a chama
Chame!


Nana Okida


Regresso




Regresso


Perco-me no teu pecado
E tenho a lua por cumplicidade
Na magia desta madrugada
A cor magenta, súbita, que surge
Lembra, uma noite distante, no cerrado!
Gatos, gritam o amor, sobre o telhado
Visto-me de vermelho carmim, pura vaidade
No mesmo tom, na boca, o batom
Na esquina, amantes trocam carícias...
Dragões alados, incendeiam a cidade
Enfileirada, calada e inerte, a milícia
Enquanto passam, a banda e a boiada
Ensaio um grito e quedo, muda, calada
Congela o sangue, que corre nas veias
Oh pretensão! -Quisera tê-lo, agora!
Em meio ao caos, o beijo, na boca
Na tua avidez, meu corpo, permeias...


Nana Okida

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Apascentado



Apascentado

Enquanto o coração acelerado, batia
Da gaiola, voava o pássaro, decidido
Na gruta ínfima, não aquietava
Agigantava-se, em fúria e encantamento
Em noites outonais, na floresta, o abrigo
Geme, adentrando sem pressa
Explora o interior, agasalha e aquece
Na umidade escorregadia, todo perigo
A mata virgem, num momento, absorvia
Do duende encantado, a paz, que ao vento soprava
Perfumando o morro, num arco íris de luz
Em gotejante e lamurioso orvalho, transformava
O odor do musgo, qu’entorpece e seduz


Nana Okida

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Des/Encanto






Des/Encanto

Grita no silêncio, a saudade que fica
Lágrimas da distância, no vazio da noite
Holocausto, desejo que queima e purifica
Vontade, que alucina o corpo, como açoite
O mundo inteiro, como a dor, espia, padece
No que o tempo chora, vagueia e desaparece
Da esperança, um mínimo fio, desconectado
Luzes se apagam no olhar, enquanto feneces
Cai o dilúvio, eclipse lento, é sono reparado
Holofotes iluminam, esta pandega, indireta
Fechas, as cortinas do circo, triste palhaço
Último sorriso, molhado de lágrima e dor
Tremula no palco, o corpo, só, sem abraço!


Nana Okida.

Poeta, espere!






Poeta, espere!

Caminho sob tua pele
Tatuando meus versos
Escondidos, do resto mundo
Mantendo em segredo
Nossos descaminhos
Na minha privilegiada
Visão caleidoscópica, nada escapa
Nem do meu olhar, de águia
Que o segue, cega
Aos quatro cantos, do teu corpo
No recôndito, de tu’alma
Onde escrevo versos, diversos.
Que a pele, é só minha, também
E meu caminhar
É sozinho
E esconde segredos
Nas pinceladas dos nossos quereres
Ocultos atrás da porta
Dos sentimentos, meus
Cada centímetro, de pele, tua
Oásis dos meus desejos...

Nana Okida
 

Trilhado




Trilhado

Sonhos sonhados
Amores vividos
Tempo sofrido
Tempo de amar
Aqui, ou em qualquer lugar
Tudo vai acabar...
Virar passado!


Nana Okida.

sábado, 4 de junho de 2016

Fantasia




Fantasia

Sensuais, os versos que sangro
Ferida aberta, desdobrada, de vontade
Neste mar, que singro
Em fantasias, de suor e libido, gotejados
Puro lirismo orgástico, parido
Mordiscados, de paixão e desejos
Os seios, nos lábios do beijo
Devaneios da poesia
Despudorada, no jeito de amar
Reminiscência do passado, que não sacia
Ilude, tenta regenerar
Embebidos no veneno, do cio
Ritmos liquefeitos, de saudade
Vestígios da memória retrógrada
Quase nunca lembrada.


Nana Okida

Ainda...





Ainda...

Escrevi poemas
Em pelo, na tua pele
Colada em ti
Chorei todas lágrimas
Que um dia
Consegui chorar
Amei, sofri, chorei
E vivi, os melhores momentos
Sorri...
E, em ti, deleitei!
Esvaziei minha mente
Minhas vontades
Em ti somente
Eu sei, tens purpurinas, no olhar...
E passas por mim
Encantando meus sonhos
Com a mesma beleza
Das ondas do mar...


Nana Okida.

Só sei amar...

 
 
 
Só sei amar...

Quando tentei ser musa
O mundo me fez poeta
Então, soprei meus versos
Soltos e leves
Feito plumas, no ar...


Nana Okida

Poeta...




Poeta...


Não desista
Vem, mais uma vez
Quem sabe
Quebrarás as regras
Vencendo a resistência
Insista!
Tatua teu nome
Na eternidade, do meu
Que um dia, verei...
Navegue no céu
Desta boca
Que te anseia
Fantasiando desejos
Destilando mel
Ficando louca...
Toma, é teu!
Acabe com a espera
Agasalha-te no côncavo
Alucina, venera
Torna este corpo, escravo
Seja rei!




Nana Okida.

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Andejo





Andejo


E tu vens
Chegando do nada
Surpreendendo-me, com inverdades
Trazendo desejos, paixão e beijos
Em cada palavra, doce e envolvente
No jeito matreiro, de me possuir
E este mel que me adoça
Mel, doce mel
Que derramas sobre mim
Com o som da tua voz
Bálsamo que faz esquecer
Que faz meu coração estremecer
Linda e safada...voz!
Um dia, não estarei aqui
Então, grita alto
Que eu quero te ouvir
E até os mais ínfimos gemidos
Inaudíveis à outros
Não para mim!
O som do amor
Os ruídos desconexos
Palavras plangentes
Vindas, da nossa paixão
Gemidos da alma, em festa
Que não são reprimidos
São lavas escaldantes
E que em cada orgasmo
Eu possa sentir!


Nana Okida.

A rosa




A rosa


Jogada sobre a mesa
Dum mármore todo frio
A rosa desfolhada e louca


Nana Okida



Desacoplados




Desacoplados



Percebi tão tarde
que nosso amor,
caminhava por vias
de mão dupla, sem a conexão
que um dia fez parte
das nossas vidas.
Foi quando não senti teus passos,
rangendo na areia,
ao lado dos meus,
percebi então, quão paralelos somos,
no vai e vem desta vida efêmera.
Eu ia, enquanto voltavas
e nem mais o teu cheiro, senti,
impregnado em minha pele,
inserido em minhas entranhas,
onde um dia, se alojou ali,
permanecendo enquanto quisestes
até que num dado momento
substituiu minha abnegação,
por alguém, que te seduziu,
usou e abandonou...
Nada mais existe, de ti, em mim,
tudo ficara para trás, teus medos,
tuas incertezas, tuas inverdades...
Bipolar, como sois, precisavas de tempo,
Se é que saberias como usá-lo,
neste deserto em que andas,
mal acompanhado e,
tão longe assim!
Nana Okida

Leveza




Leveza


Que sejam leves
As tuas mãos
Como são leves
O voo das borboletas
Perpetuando as cores
Tal, o arco íris
Emoldurando com graça
O universo, dos namorados
Em bancos de praça...
Mas, que nada seja breve
Que cada toque
Tome o tempo
Da eternidade
Calculando as horas
Passadas, em suaves passeios
Sobre cabelos, lábios
Coxas e seios
Em desvios demorados
Nos entremeios!


Nana Okida.

Nesta coreografia




Nesta coreografia


Dançastes, como dancei
Nos acordes dos nossos pelos
Amastes, assim, como te amei...
Música soprada nos ouvidos
Como violino, em serenata
Numa noite enluarada
Onde nada faz sentido
Apenas, nós, em nós
Como fôssemos, um único selo!
Sob o edredom que o aquecia
Na sala silenciosa
Nas tuas mãos, o amor florescia
Como música harmoniosa
Lá fora, a chuva, caía rápida, pujante
Respingando aqui, serena, gotejante!


Nana Okida.