terça-feira, 14 de junho de 2016

Cabresto



Cabresto

O medo que tenho
É da necessidade mórbida
De viver num quadrado
Sendo igual a você
Seguido do mar de lama
Por onde passa
Levando na cara, a máscara, da insensatez
Que se foda o sorriso enlatado
Neste rosto rotulado, cretino
Pernicioso, em sua estupidez!
O punhal que o seu peito atravessa
Rasga menos, que o veneno
Que dilacera o meu.
Sangrar, é o meu destino!
De onde venho
Ninguém dorme, nem sonha
Não falta, ao abutre, alimento
Todo homem tem os olhos mutilados
E se arrasta, em servil obediência
Cala, à qualquer atrevimento:
São répteis a injetar peçonha!


Nana Okida

Nenhum comentário:

Postar um comentário